Responsáveis por algumas das principais missões espaciais dos últimos anos, os programas científicos da NASA podem sofrer cortes de até 50% no orçamento disponibilizado pelo governo de Donald Trump, como revelou o Ars Technica nesta sexta-feira (11). O lançamento de um novo telescópio espacial pode ser afetado.
Documentos obtidos pelo site apontam que a nova administração federal exigiu um corte geral de aproximadamente 20% na verba transferida à agência espacial dos Estados Unidos para o ano fiscal de 2026. Isso representaria cerca de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões) a menos de uma receita geral de US$ 25 bilhões (R$ 147,7 bilhões).

A maior parte dos cortes se concentra na Diretoria de Missões Científicas da NASA, que cuida das iniciativas das ciências planetárias, ciências da Terra e pesquisas astrofísicas. Na versão preliminar do pedido de orçamento, há a recomendação de reduzir em quase 50% o financiamento dos programas científicos da pasta.
Tendo como base os US$ 7,5 bilhões (R$ 44,3 bilhões) que o departamento recebeu no ano fiscal de 2025, o governo Trump propôs distribuir apenas US$ 3,9 bilhões (R$ 23,05 bilhões) para a linha científica no próximo ano fiscal, com início em outubro. Os programas de ciências da Terra e planetária seriam os maiores afetados, com cortes de 50% e 30%, respectivamente.
Missões para Marte e Vênus correm risco
Além do Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, apontado como equivalente ao Hubble e ao James Webb, o orçamento reduzido para a NASA proposto pela Casa Branca pode adiar importantes missões espaciais. Uma delas é a Mars Sample Return, ainda sem data definida para lançamento.
Nesta missão, amostras da superfície de Marte serão coletadas e enviadas à Terra para análises químicas e físicas detalhadas, contribuindo para ampliar os estudos sobre o Planeta Vermelho. Assim como ela, a missão DAVINCI, que investigará a atmosfera profunda de Vênus, corre risco de atrasos.
Ainda de acordo com a publicação, os cortes orçamentários devem impactar o Goddard Space Flight Center, criado em 1959 e que conta com 10 mil funcionários públicos e terceirizados. A instituição atuou no desenvolvimento do Projeto Mercury, o primeiro programa de voos espaciais tripulados do país.
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O relatório também detalha que o pedido de orçamento para a NASA precisa ser analisado pelo Congresso, onde encontrará resistência para aprovação. Um dos opositores é o deputado californiano George Whitesides, do Partido Democrata, que declarou o seguinte: “Este corte maciço nos programas científicos da NASA não vai durar”.
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