Uma das grandes promessas do Xbox desde seu anúncio em 2021 é Indiana Jones, o mais novo jogo de aventura épico da MachineGames. Conhecida por seus títulos de ação em primeira pessoa, a desenvolvedora, em parceria com a Bethesda, convida os jogadores a assumir o papel de Henry Jones Junior, professor da Marshall College que, em seu tempo livre, viaja pelo mundo em busca de artefatos históricos.
A convite da Microsoft, o Voxel teve a oportunidade de conversar com Jens Anderson, diretor de arte de Indiana Jones e o Grande Círculo. Durante a entrevista, realizada em celebração ao lançamento do jogo no dia 9 de dezembro, foram abordados temas como a ambientação da narrativa, as interações com os companheiros e como o status único do protagonista o torna uma figura especialmente poderosa.
Acesso aos arquivos da LucasFilm
Jens explicou como o jogo, elogiado principalmente pelos pequenos detalhes, conseguiu ser tão fiel à saga criada por Steven Spielberg e George Lucas: através dos arquivos da LucasFilm, produtora responsável pelos filmes do arqueólogo. Segundo ele, a equipe teve acesso a materiais digitais e objetos de cena originais da franquia.
“Sabe aqueles mapas que o Indiana segura nos filmes? Eles estão disponíveis em algum lugar, assim como fotografias e documentos. A LucasFilm manteve tudo isso muito bem guardado, eles são excelentes nesse aspecto. Documentaram todos esses materiais, e tivemos acesso a eles. Graças a isso, obtivemos todas as informações de que precisávamos”, revelou Jens.
Jens também comentou sobre possíveis restrições impostas pela LucasFilm durante o desenvolvimento do jogo. Segundo ele, ambas as empresas trabalharam juntas em busca de uma história autêntica, destacando a parceria com a produtora:
“A LucasFilm foi nosso principal ponto de contato. Eles eram os especialistas e, através da colaboração, conseguimos encontrar o tom certo para tudo. A curadoria deles foi fundamental, nos apoiando porque queriam exatamente o mesmo que nós”, afirmou Jens.
Troy Baker e Harrison Ford
Caso você não saiba, Indiana Jones e o Grande Círculo não conta com a participação de Harrison Ford, protagonista dos cinco filmes da franquia. Para este projeto, a MachineGames convidou Troy Baker (conhecido por interpretar Joel Miller em The Last of Us e Higgs em Death Stranding) para dar voz e realizar a captura de movimentos do aventureiro.
Jens não detalhou o motivo da ausência de Ford no jogo, mas explicou o processo de recriar o icônico personagem da década de 1980 para os dias atuais:
“Nós não escaneamos o Harrison para o jogo, até porque não havia tecnologia de varredura 3D na época de Caçadores da Arca Perdida ou A Última Cruzada. Porém, é preciso manter a essência do Indiana, sabe? Não existe Indiana sem Harrison Ford.
Após analisarmos muitas fotos de referência, arquivos e investirmos muito trabalho, conseguimos construir o personagem. Ainda assim, ele não tem exatamente o mesmo rosto, pois também há traços do Troy Baker, replicando Harrison aos seus 45 anos de idade.”
Jens também comentou sobre o processo de escolha do elenco, revelando que Troy Baker confundiu o estúdio com sua performance ao imitar a voz de Harrison Ford nos testes:
“Durante a seleção de elenco, avaliamos diversos atores ao redor do mundo para o papel de Indiana Jones. Quando nosso diretor criativo ouviu o áudio enviado por Troy Baker, ele perguntou: ‘Tudo bem, esse é o áudio de referência. Agora posso ouvir a gravação do ator?’”
Recriando templos e cidades
Indiana Jones e o Grande Círculo se passa em diversos locais icônicos, como o Vaticano e as Pirâmides de Gizé, no Egito. Jens explicou o processo de recriação fiel de templos, igrejas e outros lugares históricos, que hoje estão repletos de turistas e muito diferentes de como eram nos anos 1930. Um exemplo destacado foi Sukhothai, na Tailândia:
“Nós queríamos retratar como era em 1937. Se você olhar para Sukhothai hoje, tudo está limpo e cheio de turistas. Naquela época, era tudo selva. Você via estruturas surgindo da vegetação que depois descobriram ser torres... Essa era a versão que buscávamos. Para recriar isso com precisão, tivemos que estudar diversas fotografias antigas e todo o material disponível.”
Jens também mencionou o Vaticano, uma das maiores fases do jogo. “Ao contrário de Sukhothai, nossa equipe viajou ao Vaticano. Aliás, tenho uma história engraçada de lá: enquanto trabalhávamos com um dos designers de fase sobre onde o jogador deveria usar o chicote para subir, percebemos que as pessoas não entendiam o que fazer. Sugeri colocar uma cadeira para ajudar na subida, mas o designer mostrou uma foto de referência com cadeiras reais no mesmo local, o que só confundiria ainda mais os jogadores!”
Ele complementou: “Se você visitar o Vaticano depois de jogar O Grande Círculo, pode acabar reconhecendo algumas pedras e pensar: ‘Ei, tem uma relíquia aqui!’ É esse tipo de imersão que queremos oferecer, conectando o jogo com o mundo real. Acho que isso é uma das melhores coisas de trabalhar no design de um jogo.”
Os quebra-cabeças serão iguais a Uncharted e Tomb Raider?
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