A Apple vai pagar indenização de US$ 95 milhões (R$ 589,7 milhões pela cotação do dia) para encerrar um processo no qual foi acusada de coletar, ilegalmente, conversas de clientes por meio da Siri e compartilhá-las com terceiros. O acordo preliminar foi protocolado em um tribunal federal da Califórnia (Estados Unidos) na terça-feira (31).
O pagamento é resultado de uma ação coletiva aberta em 2019, após uma reportagem do The Guardian denunciar que funcionários do controle de qualidade da assistente virtual ouviam conversas gravadas a partir da ativação por engano da tecnologia. Palavras semelhantes a “Hey, Siri” e até sons de zíper seriam suficientes para ligá-la.
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Uma das autoras disse que o navegador Safari do iPhone de sua filha começou a exibir propagandas de marcas como Air Jordan e Olive Garden após ouví-la mencionar tais termos em uma conversa. Também há relatos de áudios de casais em momentos íntimos gravados indevidamente e de consultas médicas.
Conforme o processo, a ativação involuntária da Siri e as gravações das conversas, bem como a divulgação dos conteúdos para funcionários e anunciantes, contrariam o discurso de proteção à privacidade defendido pela Apple. Já a big tech disse, à época, que apenas parte das conversas era compartilhada e, posteriormente, divulgou um pedido formal de desculpas.
Quem terá direito à indenização?
No acordo, é informado que a indenização será dividida entre usuários de produtos como iPhone, iPad, Apple Watch, MacBook, iMac, HomePod, iPod touch e Apple TV habilitados para Siri entre 17 de setembro de 2014 e 31 de dezembro de 2024 nos EUA. Essas pessoas devem confirmar que foram gravadas após uma ativação acidental da Siri.
Os valores dos pagamentos dependem da quantidade de dispositivos da Apple impactados pelas gravações indevidas que a pessoa possuía no período. É importante ressaltar que o acordo ainda precisa ser aprovado por um juiz.
A Apple confirmou a exclusão das conversas gravadas antes de outubro de 2019 e concordou em criar uma página detalhando o funcionamento da escuta para aprimoramento da Siri, mas não é a única que realiza tal procedimento. A Amazon também ouve gravações acidentais feitas por seus assistentes, assim como o Google, que também é alvo de um processo ação semelhante.
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